A SESI Escola São Gonçalo do Amarante sedia no dia 15 de dezembro o Torneio de Robótica – etapa regional da temporada 2023/2024, com o tema ‘MasterPiece’, que vai envolver o mundo das artes aliado às tecnologias. A cada temporada, a modalidade ‘First Lego League – FLL’ desafia crianças e jovens de 9 a 15 anos a resolver problemas do dia a dia e os inspira a seguir carreira em áreas de tecnologia e inovação no futuro.
Os jovens, liderados por dois adultos, precisam trabalhar em sintonia tendo como base valores como respeito, ganho mútuo e competição amigável. Seguindo regras feitas especificamente para cada temporada, eles constroem robôs baseados na tecnologia LEGO Mindstorm, que devem ser programados para cumprir uma série de missões.
De acordo com o diretor da SESI Escola SGA, Anderson Vieira, trata-se de um evento que é consolidado no calendário do Rio Grande do Norte, dentro da expectativa da área de ciência e tecnologia, que acontece todos os anos.
“A expectativa é que várias equipes possam trabalhar em conjunto em busca das melhores soluções diárias para criar soluções do mundo real, através da robótica, de que haja visitação de outras escolas, que haja visitação também de outras entidades relacionadas à robótica, e que possa promover a inclusão da ciência, da tecnologia dentro do universo curricular dos estudantes”, informa.
Equipes de escolas públicas, particulares e da Rede SESI estão no torneio. As equipes possuem de 2 a 10 integrantes. Esses membros são alunos da educação básica e já iniciam com projetos de iniciação científica. As equipes que participam este ano são de Natal, São Gonçalo do Amarante, Baía Formosa e também equipes do estado da Paraíba.
“Esta já é a segunda edição neste ano, esse torneio está sendo realizado para que a gente possa entrar no calendário novamente dos torneios pós-pandemia. Na pandemia, a gente teve que atrasar os torneios e, agora, tivemos que fazer as duas temporadas para poder entrar no calendário novamente. Então, são 16 equipes nesse segundo torneio da temporada MasterPiece”, acrescenta Anderson.
O Torneio é um processo de aprendizagem colaborativa em que estudantes e professores aprendem conteúdos de física, química, biologia, matemática e linguagens. O evento costuma ser cheio de cor, som, criatividade e alegria para estudantes e visitantes.
Projeto visa acessibilidade visual às artes
A temporada da ‘MasterPiece’ trata sobre as artes, cinema, museus, e solicita que as equipes pensem e criem projetos de inovação para que possam contribuir com a ciência e a tecnologia no contexto local e universal das artes. No Rio Grande do Norte vários projetos estão em andamento para serem expostos no dia 15, como é o caso dos desenvolvidos pelas equipes Techno Sertão e BatLego, da SESI Escola. As equipes criam robôs capazes de solucionar problemas.
O professor técnico da Equipe Techno Sertão, Terciano Fonseca, que orienta o projeto, explica que para o projeto deles foi realizada uma parceria com o Museu da Rampa, que fica localizado no bairro de Santos Reis, próximo ao Porto de Natal, ao lado do Distrito Naval. “Nós vamos utilizar, em princípio, como protótipo, uma das obras que eles expõem lá museu para fazer esse teste, porque nosso projeto é de acessibilidade visual às artes. Pensamos em desenvolver algo voltado à acessibilidade em museus. Vamos desenvolver óculos para pessoas que têm a condição de baixa visão ou são cegas, possam apreciar obras de arte”, diz.
Para que isso seja possível o professor explica que elas podem fazer o uso dos óculos equipados com um sensor de leitura; o sensor tem uma região que orienta a se posicionar próximo as obras de arte e, através de inteligência artificial, realiza a leitura de um código de barra, por meio de sensor de ‘QR code’ com um fone acoplado, que fará a descrição da obra de arte para que a pessoa possa apreciar.
“Assim a pessoa que usar os óculos vai entender o ambiente. E essa descrição, além das características do autor e da obra, também vai trazer emoções na fala que narra a obra de arte, para que eles se sintam mais incluídos nesse ambiente”, reforça o orientador.
Ele destaca ainda que são os próprios alunos que montam o robô, que programam e que fazem toda essa organização de projeto de inovação, como o robô vai atuar, qual é a melhor estratégia. “Como técnicos orientamos, mas tudo é realizado por eles. Buscamos também para o projeto de inovação parcerias e, nessa busca, uma das especialistas é a professora Isabel Azim, psicóloga e doutora em Psicomotricidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e trabalha no Instituto Metrópole Digital com um projeto que visa a questão de acessibilidade”, destaca.
“Também realizamos uma pesquisa de campo com visita ao Instituto de Cegos aqui de Natal, para observar a viabilidade do projeto e perguntar a eles quais são as maiores dificuldades que eles observam durante a visita a um museu. É realizado uma pesquisa de viabilidade do nosso projeto de inovação’, complementa o professor.
A Techno Sertão é formada pelo professor Técnico Terciano Fonseca de Souza; e estudantes Ana Laura dos Anjos Silva; Adrien Cao Pires; Allanis Letícia de Lima; Lídia Othilia do Nascimento Freire; e Bruna Beatriz Santos Teodoro.
A equipe Techno-Sertão foi criada primeiro para associar a tecnologia da robótica Techno e Sertão por causa da região do Nordeste, o que gerou o nome por associação Techno-Sertão. A bandeira lembra o interior do Estado do Rio Grande do Norte e os estudantes usam cartucheira e o chapéu de couro.
Projeto inspirado no Batman
Já o projeto da equipe BatLego, que é inspirada no BatMan, tem como técnico o professor Josinaldo Araújo e traz o projeto o BAT DRAW. “Trata-se da criação de um jogo de tabuleiro que estimula a prática do desenho de forma gameficada”, explica Josinaldo.
Ele esclarece que na First Lego League – FLL a equipe precisa construir e programar um robô feito de LEGO, para que, de forma autônoma, possa cumprir 15 missões num ‘round’ de 2,5 minutos numa arena de competição.
O robô criado pelos alunos com orientação de Josinaldo se chama Sr. Wayne, nome social do BatMan. “Além de construir e programar robô, a equipe precisa desenvolver um projeto de inovação alinhado com tema da temporada. Ele foi feito para cumprir essas missões da competição”, conta.
De acordo com o tema da temporada os alunos são desafiados a utilizar a arte e a tecnologia para melhorar o interesse das pessoas por ‘hobbies’ também. “O problema que detectamos e estamos criando esse projeto para ajudar, é a desmotivação dos jovens estudantes da educação básica, em desenhar, devido à falta de incentivo criativo”, explica o professor.
Ele acrescenta que a equipe precisa demonstrar os valores e princípios da competição. “Isso também é avaliado”. A equipe BatLego é composta pelo professor Técnico Josinaldo Araújo e pelos estudantes Anthony Gabriel; Ketilly Alves; Isabella Belchior; Eduarda Batista; e Sophia Azevedo. Todos os estudantes que participam dos projetos no Torneio de Robótica são do Ensino Fundamental.
Texto: Jô Lopes
Edição: Sara Vasconcelos
Fotos: SESI
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