Resgatar o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte por meio de ações que priorizam restaurar o equilíbrio fiscal, investimentos em infraestrutura, geração de emprego, além de melhoria do ambiente de negócios são alguns dos pontos prioritários do MAIS RN, que completa, hoje (18), cinco anos. O estudo, lançado em 2014 e atualizado no ano passado, mantém-se firme no direcionamento dos rumos do crescimento econômico, com o lançamento de uma plataforma, no dia 7 de agosto, que busca integrar os potenciais dos municípios do estado aos interesses de investidores.
Elaborado pela Macroplan Consultoria, a pedido da Federação das Indústrias do RN (FIERN), em parceria com a SEDEC e empresários, o MAIS RN é um plano de desenvolvimento estratégico com ampla agenda para o avanço econômico e promoção de investimentos privados que podem elevar a competitividade do RN, em relação aos estados vizinhos. O estudou identificou, há cinco anos, quando foi lançado, 403 oportunidades de negócios em 15 segmentos, que representariam, segundo estimativa, em crescimento de 5% do PIB do Estado, em cinco anos.
O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, enfatiza a importância dos estudos técnicos e pesquisa no desenvolvimento do programa, que desde o início, apresenta um amplo diagnóstico de oportunidades e de gargalos a superar, além de estabelecer diretrizes, a médio e longo prazo, para o desenvolvimento econômico e para a promoção de investimentos privados no Rio Grande de Norte, até 2035.
“O Mais RN é a bússola que o Rio Grande do Norte não tinha. Um rumo para o estado, com projetos de desenvolvimento socioeconômico. Nós trouxemos para a discussão questões relevantes do estado, orientação para os novos governantes, que vem acontecendo há cinco anos”, afirma ele.
A primeira versão foi apresentada, em 2014, aos então candidatos ao Governo do Estado, e atualizada em 2018. A edição revisada, lançada em agosto passado, traz 43 metas e 180 ações e a Agenda Potiguar 2019/2022, e também foi entregue aos postulantes ao governo do Estado, senado e presidência da República, durante os Fóruns “Caminhos do RN” e “Caminhos do Brasil”, promovidos pela FIERN.
“O MAIS RN marca estes cinco anos com o entendimento de que identificar diagnóstico, mapear oportunidades, traçar as linhas de futuro, com registro documental escrito e de pesquisa, com participação de todos, da Federação, empresários que acreditam no RN e dirigentes de estado, nos traz a certeza de estarmos no caminho certo, mesmo sabendo que os números poderiam ser melhores”, destaca o presidente.
A perda do dinamismo do estado, ao longo dos anos, foi diagnosticada pelo estudo ainda na primeira versão quando trazia a proposta de um pacto político e social de todos os Poderes e sociedade civil em prol da melhoria do estado – o que não aconteceu. “Hoje, mesmo sem um fórum próprio, já vemos os Poderes na busca de melhorias dos indicadores. O governo do Estado será o grande protagonista do desenvolvimento, quando priorizar as ações que o MAIS RN e a Agenda potiguar direcionam”, avalia Amaro Sales.
MAIS RN: Pacto na construção de solução para o Estado
O consultor da FIERN e um dos idealizadores do MAIS RN, Marcos César Formiga, lembra que era preocupação da FIERN e do presidente Amaro Sales, a realização de uma forte e efetiva articulação para o planejamento e execução de projetos, envolvendo os governos do Estado e dos Municípios e as classes empresariais, com impacto na economia potiguar, no mercado de trabalho, na vida urbana e no dia a dia das pessoas. “A parceria, no entendimento do presidente, permitiria somar forças para enfrentar, juntos, os desafios para o desenvolvimento do RN e aproveitar melhor as oportunidades”, disse.
O desafio, lembra o consultor, era a elaboração um plano estratégico de desenvolvimento e oportunidades de investimentos e negócios do RN para o período de 20 anos, que começou a ser articulado ainda em 2011, antes mesmo da posse do presidente. “Amaro tinha essa preocupação, destacado inclusive em seu discurso de posse. E me convidou para desenvolver o projeto”, disse.
Em 2013, com o Termo de Cooperação Técnica, assinado entre o Governo do RN, através da SEDEC e SEPLAN, e a FIERN, e, posteriormente, com a adesão de empresas, a FIERN contratou a Macroplan, que, um ano depois, entregou os resultados do trabalho, consolidado em estratégia de desenvolvimento, orientando projetos estruturantes para o setor público e investimentos e oportunidades de negócios para empresas.
Para Formiga – com vasta experiência na construção de diversos projetos, enquanto prefeito de Natal, secretário de planejamento do Governo Cortez Pereira, deputado federal e assessor na CNI -, o MAIS RN tem como diferencial propor um pacto social pelo desenvolvimento, com todos os setores do Poder Público e privado.
“O MAIS RN incorporou projetos já existentes e ainda viáveis para a economia do estado, além de novas atividades seja na indústria, agroindústria, agricultura e mesmo da administração pública. Incorporou a preocupação dos agentes públicos. Incorporou a produtividade também a agilidade, nas ações defendidas pelo governo, e buscou dar prioridade aos setores com condições de alavancagem. E tornar todos esses agentes parceiros na construção da solução”, destaca ele.
A atualização do programa, em 2018, é voltada para uma agenda de resgate da capacidade de investimento do governo potiguar, expondo os graves e urgentes gargalos que precisam ser sanados para colocar o RN novamente nos trilhos do desenvolvimento sustentável. “Nestes cinco anos, o MAIS continua frisando a necessidade de integração de Poderes público e setor privado em uma ampla parceria, um pacto pelo Rio Grande do Norte”, afirma.
Para fazer o plano acontecer e ter resultados mais efetivos na economia do estado, Marcos César Formiga ressalta a importância do que chamou de “setores especiais”, por exemplo, indústria salineira, fruticultura, carcinicultura, entre outros citados no programa. Segundo ele, esses setores devem ser trabalhados de forma integrada, como polos regionais de desenvolvimento e com arranjos produtivos que envolvam a indústria, agricultura e comercio, além de dotar com infraestrutura de internet, telecomunicação, transporte e logística, insumos tecnológicos e promover inovação.
MAIS RN:Um mapa de navegação para investidores e poder público
Ao fazer um balanço dos cinco anos do MAIS RN e da sua relevância para o Estado, o economista Cláudio Porto, diretor presidente da Macroplan Consultoria – empresa responsável pelo estudo -, ele destaca dois fatores. Primeiro, a não efetivação do programa em sua integralidade, o que segundo ele, se deu tanto pelo agravamento da crise econômica, que mudou o cenário externo, como também pela continuidade de ambiente de muita disputa, radicalização política e baixa cooperação dos atores do RN.
O segundo ponto, ressalta o economista, o MAIS RN continua sendo a principal referência, “um mapa de navegação, a médio e longo prazos, para empreendedores e para o Poder Público” do estado. “O MAIS RN reúne o diagnóstico mais amplo da situação econômica, social, fiscal do RN, com o foco de, além de identificar fragilidades, também lista as potencialidades de negócios. É muito valioso, para investimentos, para construção de políticas públicas, E porque também traz propostas muito concretas para soluções dos principais gargalos”, explica Cláudio Porto.
Desde o lançamento, a ênfase era a necessidade de controle dos gastos, do desequilibro fiscal e a ausência de um pacto cooperativo com as principais lideranças do setor público e privado, sociedade civil para o desenvolvimento do estado.
“O mais RN continua sendo o melhor acervo de conhecimento sistematizado sobre o passado, o presente, o futuro do Rio Grande do Norte, de forma macro. Esse acervo foi atualizado na Agenda Potiguar, ano passado, uma iniciativa pioneira no Brasil, na maneira de pautar o debate entre os candidatos ao Governo, senado e câmara. O estudo continua sendo um grande guia para o desenvolvimento. Um dos ativos mais valiosos que se tem hoje no RN”, destaca o diretor da Macroplan.
Ele lembra ainda a postura do presidente da FIERN Amaro Sales, na condução do programa que liderou com muita isenção, serenidade e coragem. E destaca que a saída da crise no RN passa pela implementação do MAIS RN e da Agenda Potiguar.
MAIS RN: Nova plataforma será vitrine para municípios atrair investimentos
A plataforma do MAIS RN será lançada no dia 7 de agosto, em evento, na FIERN, com a participação de diretores, gestores da Federação, empresários, secretários de estado e municípios. A nova plataforma, com perfil em português e inglês, busca dar maior visibilidade às potencialidades e oportunidades de negócios do estado, ao abrir para os municípios um espaço com informações, com características econômicas e sociais atrativas a novos investimentos.
A alimentação dos dados será feita de forma conjunta e interativa. Para isso, serão fornecidos aos secretários de desenvolvimento econômico de municípios participantes, login e senha, para acessar a plataforma do MAIS RN e poder atualizar, por meio de questionário, dados como vocação econômica, infraestrutura existente, nível de formação de pessoas, além de incentivos fiscais e vantagens competitivas, como inovação tecnológica e organizacional, investimentos em capital humano, inovação em logística e transporte.
“Esta plataforma estará disponibilizada para acesso em todo o mundo, por meio digital, no nosso portal, com as informações reunidas no mesmo local. Uma verdadeira vitrine para o estado e municípios apresentar aos investidores, os seus potenciais e o que já é ofertado em diferenciais competitivos”, destaca o presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo. Além do lançamento da plataforma, acrescenta o presidente, é previsto para este ano a implementação de um observatório do MAIS RN, que permitirá a sociedade acompanhar a realização das ações metas propostas no estudo.
O novo canal do MAIS RN é um “desembrulhar” do programa, como observa o consultor da FIERN José Bezerra Marinho. “Um estímulo para o empresário ser orientado e informado. Inovação não pode ser pensada apesar dos dirigentes ou apesar dos empresários, inovação deve ser compromisso de todos”, conclui Marinho.
Por Sara Vasconcelos – Unicom/FIERN
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